quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aécio diz que PT tem dificuldade de separar público do privado



Brasília– O senador Aécio Neves (PSDB-MG), ao participar, na manhã desta quarta-feira (12), do Congresso Brasileiro de Gestão Pública Municipal, comentou a postura do Partido dos Trabalhadores (PT) diante da revelação de um novo escândalo, com a suposta participação do ex-presidente Lula no mensalão. Para ele, a preocupação excessiva do PT com a criação de um projeto de poder, ao invés de priorizar o desenvolvimento do país, é uma ameaça à federação. “O que temos que lamentar como cidadãos é essa dificuldade que o PT sempre teve de separar o que é público do que é privado, de confundir interesses partidários com interesses de Estado”, afirmou.

“O PT abdicou, abriu mão há muito tempo de ter um projeto de país reformador, transformador, descentralizador, para se concentrar em ter um projeto exclusivamente de poder. E é exatamente essa busca da eternização do poder que leva à confusão entre público e privado e às denúncias sucessivas que o Brasil assiste horrorizado a cada dia”, completou.

O senador reiterou a plena confiança nas instituições públicas. “A Procuradoria-Geral da República e a justiça brasileira têm demonstrado independência e altivez. É isso que faz com que a nossa democracia seja sólida, como tem demonstrado ser”, disse. Ele enfatizou ainda o papel da oposição na cobrança da ética e da idoneidade do governo federal, na expectativa para que sejam abertas novas investigações para apurar as declarações do publicitário Marcos Valério ao Ministério Público. “Na verdade, é difícil até para nós acompanharmos e reagirmos a tantos escândalos, tão sucessivos eles se tornaram”, comparou.

O operador do mensalão, em depoimento prestado em setembro deste ano, afirmou ter pago despesas pessoais do ex-presidente Lula, em 2003, e que o petista teria dado o seu aval para que o esquema do mensalão fosse deflagrado. O empresário disse ainda que foi ameaçado de morte pelo diretor do Instituto Lula e amigo pessoal do ex-presidente, Paulo Okamotto.